terça-feira, 18 de novembro de 2008

O paraíso de facto existe..e nós estivemos lá


Ao fim de catorze longas horas depois vimos aparecer o terminal rodoviário da Foz de Iguaçu. Foi-nos dito que a camioneta era semi-leito. Mas afinal o que é era isso? O nome sonante, fez-nos pensar que sería no minímo algo cómodo e confortável, pelo menos que desse para dormir. Foi com algum espanto que nos deparamos com uma camioneta básica, em que os bancos inclinam um pouco para trás. Foi muito dificil adormecer, por sorte, havia muitos bancos vazios o que nos permitiu ficar uma em cada dois.

O cansaço e o sono desmedidos fez-nos ir directas para a lanchonete. Pequeno-almoço era urgente, pois haviam já sinais de fraqueza. Foi tempo de fazermos o pedido e começar a comer, para se instalar o pânico. Comecei a ver tudo branco, suores frios e, lentamente, a perder os sentidos. A Teresinha foi de imediato buscar água com açúcar e dois estrangeiros deitaram-me no chão, levantando-me as pernas. No entanto, mesmo com todo o aparato, as meninas do bar agiam como se nada fosse. Fiquei deitada uns tempos no chão até que chegou a ambulância. Fomos directas para o Hospital ouvindo as constantes declarações da paramédica via rádio: "Jovem, 23 anos, hipotensa e indíce glicémico muito baixo"! Embora sentindo-me muito fraca a sensação de desmaio parecia ter desaparecido. Após uma conversa com a doutora, fui posta a soro durante 20 minutos, enquanto a Teresinha esperava ansiosa na sala de espera. Foi-lhe dito que teriamos de ficar por lá o dia todo para fazer exames. Será que as cataratas iríam ter de esperar? Foi com algum alívio que ouvi um "está liberada". Corri de imediato para junto da Teresinha para lhe dar a boa nova. Apesar de ser costume ter estas coisas, valeu para o susto!

Sem a boleia da ambulância tivemos de procurar maneira de chegar ao Paudimar Hostel, onde ficaríamos hospedadas. No meio do centro da cidade sentimo-nos completamente desorientadas e só um táxi nos poderia salvar. Alguns minutos depois, estavamos finalmente no tal lugar.



Grande coincidência. Ao abrirmos a porta, deparamo-nos com um rapaz do Porto que conhecíamos! Estava de saída mas deu tempo para grande festa, abraços e conselhos rápidos. O que visitar , o que fazer, etc. Estupedactas dirigimo-nos para a recepção. Fomos recebidas por um simpático senhor de cabelos brancos e muito brincalhão. Tio Luiz, como gostava de ser chamado era o guia turístico do Hostel. Falava sete línguas e tinha o mesmo discurso para todos os viajantes. Tinha uma grande ligação ao Porto, o que fez com que se criasse grande empatia entre nós e até uma amizade. Bastou umas horas para andar connosco de um lado para o outro de mãos dadas, a apresentar-nos como as suas "nénéns".



Feitas apresentações acomodaram-nos num quarto com três beliches, dos quais só um estava ocupado por duas australianas. Descansamos um pouco, tomamos banho e fomos conhecer o lado brasileiro das cataratas.

Apanhamos o autocarro depois de abastecidas no Macdonalds. Foi a unica opção visto que era Domingo e a cidade estava completamente deserta. Os autocarros eram muito estranhos, só tinham um lugar de cada lado e o resto era uma área livre para os passageiros irem em pé. Bastante desconfortável.

Vinte minutos depois, chegavamos ao Parque Nacional Iguaçu - Brasil. Sentimo-nos logo injustiçadas pois os turístas pagavam quase o dobro que os cidadãos nacionais.

Fomos levadas por uma camioneta até uma linda trilha onde iríamos a pé. Fizemos o primeiro percurso muito ansiosas. O barulho já se ouvia - estavamos perto. Ficamos sem palavras.




Por mais que queiramos descrever tudo aquilo, não existe maneira de o fazer. Parecia irreal. Já vimos coisas muito bonitas durante a nossa curta vida, mas algo que não fosse obra do Homem e que fosse tão grandioso, foi a primeira vez. Ficamos alguns momentos caladas a contemplar tudo aquilo. Estavamos radiantes e a concretizar um sonho.


A volta ao parque durou cerca de duas horas, sempre a pé e passando por locais cada vez mais incrivéis. O tempo estava encoberto mas mesmo assim não desvalorizou a beleza natural e mágica daquele lugar. No final ficamos mesmo ao lado da catarata. A força das águas é brutal. Como é óbvio saímos encharcadas mas com um grande sorriso na cara.




Regressamos ao hostel felizes. Por lá, tudo se passava. Convívios na sala de estar, internet, piscina, sala de jogos, campo de vólei, etc. Tinha bastante gente, de todo o mundo, viajantes solitários ou em grupo. Devido ao facto de a data de entrada ter coincidido, formamos um grupo constituido por o Carlos (espanhol), Luigi (italiano), Crake (inglês), três austríacos e a Elizabeth (EUA). Todos muito simpáticos, era com eles que iríamos visitar o lado Argentino das cataratas no dia seguinte. Fomos jantar todos e o anfitrião Tio Luiz, uma deliciosa picanha que nos fez recuperar todas as forças perdidas.

O cansaço era muito e fomos dormir. No dia seguinte teríamos de estar as 8h30 no café da manhã.


Grande agitação logo pela manhã. Passaportes, mochilas, mantimentos. Só regressaríamos ás 17h, tinhamos de ir preparadas para tudo. A comida dentro do parque, mais parecia um assalto. Completamente sem noções, pagamos por uma sanduiche o mesmo que pagamos pelo jantar do dia anterior. Fomos todo o grupo numa mini van até à Argentina. A viagem foi rápida, o que demorou foi mesmo o tempo na fronteira, com toda a burocracia habitual.
A entrada deste parque era mais cara, e em vez da camioneta fomos guiadas num comboinho muito giro que parava em várias estações.

A primeira era a famosa "Gargante do Diabo". Já a tinhamos visto no dia anterior, mas foi uma vista diferente. Esta era de cima e ainda mais bonita que outra. Se tinhamos ficado maravilhadas com o que vimos no lado brasileiro, aqui...a beleza conseguiu superar tudo. Só mesmo as fotografias para vos tentar transmitir um pouco daquilo que encantou os nossos olhos. O percurso era enorme com vários recantos e miradouros. Cada um com encanto muito próprio. Escusado será dizer que tiramos milhares de fotografias. Porém, apesar de estarem lindas ficam longe da verdadeira realidade. Se querem sentir o que sentimos e ver o que tentamos descrever só mesmo indo lá.





Havia um passeio de barco, o qual recusamos, por medo e por ser excessivamente caro. Eram dez minutos, onde se ficava muito perto da queda de água.



Foi com este cenário idílico que nos pusemos a filosofar sobre se de facto sería assim o paraíso. Chegamos a conclusão que se não fosse ali, era com certeza num local muito similar.


Regressamos pensativas e realizadas, mas com uma camioneta para apanhar de volta a Florianópolis. Correrias e despedidas, e estavamos de novo na viagem dolorosa. Desta vez, durou mais do que 14 horas e fomos bem mais desconfortáveis do que ida. Todos os lugares iam ocupados o que fez com que só nos restasse um pequeno assento. Enfim...tudo valeu a pena e faríamos de novo se fosse possível. Deixamos um conselho a todos aqueles que nos lêem: se tiverem oportunidade, não deixem de visitar as caratas do Iguaçu.

O dia de hoje, estava cinzento mas também condizia com o nosso cansaço.

Um grande beijinho, esperemos que gostem das fotografias e que consigam sentir um bocadinho da paz e da magia que se viveu por lá.

15 comentários:

Anónimo disse...

que bronzes, que paraiso, que vida, que..TUDO!! tou a adorar toda a vossa aventura...e quem me dera tar aí tb! bjs* fico á espera do proximo episodio!!

Tiago disse...

“(…)gosto de filha música de preto
gosto tanto dela assim
essa desmesura de paixão
é loucura do coração
minha foz do iguaçu
polo sul, meu azul
luz do sentimento nu(…)”
(LINHA DO EQUADOR/ Caetano Veloso)

Bom dia, nada, melhor para começar o dia, que a leitura de mais umas das imensas histórias que têm por contar.
Diz-se “Deus escreve direito por linhas tortas”
Eu costumo dizer:
Deus não dorme e Nossa Senhora raramente tem sono,
e a prova está aqui, por eu ter “encontrado” as duas e o relato desta viagem, que começou por ser, já é e tenho a certeza que ainda vai ser mais uma viagem inesquecível, sorte a minha e de quem consegue ir acompanhando este diário de viagem, com estas fantásticas descrições com as quais eu me divirto e pelas quais eu agradeço mais uma vez.
Divirtam-se bastante e juízo!
Aqui tudo igual, o sol nasce, põe-se, vai-se até o Alentejo, vê-se o Tejo, tudo igual pela capital portuguesa.
Beijinho grande, anónimo registado, Tiago

Anónimo disse...

Argentina te quiero:-)

Que saudades de puerto de iguazu!!!!
Estas num sitio lindo, mas paraíso, paraíso es Chile......;-)

Beijos e Boa biagem

Nuno Maia

Anónimo disse...

Muito bom,esas fotos tão muita giras.....muita paz,muita alegria......
bjs,
P&P-Nikita Portugal

Anónimo disse...

Ouvi dizer que "Xica da Silva" deixou as cachoeiras de minas gerais e esta a pensar ir para aí para poder nadar á vontade,semi nua com os seus mil amantes.diz que vai de canoa desde Curitiva até aí.as fotografias estao um maximo meninas,um sonho
.beijos rosa

Anónimo disse...

É de facto fantástico!
Estou radiante por vos ver divertidas,e a adorarem as vossas merecidas férias.
Estou um bocadinho invejosa!Adorava estar a viver as vossas emoções.
Agora,descansem uns dias,mas não percam a oportunidade de ir ao Rio!É outra maravilha!
Um beijo enorme.Mãe

Anónimo disse...

Raparigas: por aqui tudo na mesma. As únicas quedas são as da bolsa e as de popularidade da Ministra da Educação que, também, mete muita água.
Sabem que estamos convidados para umas perdizes cozinhadas pela Rose Marie?E que até o refugado será feito com vinho da Alempassa?Será que a Rose conhece vinho sem ser de pacote?
A única certeza de hoje é que gosto de ambas e tenho saudades incriveis. Bjos.

Anónimo disse...

OLÁ MENINAS! Que bom vê-las de novo, com toda essa alegria e beleza! Estou a adorar viajar com vocês, e é com uma enorme satisfação que todos os dias abro o blog e aqui fico sentadinha em frente ao ecrã, envolta numa camisola grossa e tendo como som ambiente uma lareira que estala ruidosamente e um rádio que me vai debitando músicas inesperadas enquanto tomo um café forte e quente e fico feliz com a vossa felicidade. Um grande abraço da Tété.

Anónimo disse...

Micas meu deus que susto !!! So tu para ires parar a um hospital no brasil !!! Adorei as cataratas top sonho mesmo e tu tas optima cada vez mais boa !!!! Mil beijos com saudades carina *

Anónimo disse...

Isso realmente é um sonho!!!E as fotografias tão espectaculares !! Quem nunca mais se calou foi a Rosa Maria ,só quer ir surfar nas cataratas...E por mais que eu lhe diga que é perigoso ,ela diz que já surfou em sítios bem mais perigosos e com o Tone a rastos!!Qto ás predizes, estão quase a sair!!!!!
bjs cheios de saudades

Anónimo disse...

A tua viagem merecida :) Que sonho.. Beijinhos joao

Anónimo disse...

Como sabem tem repercução mundial o vosso blogue.Em cosequência, a nossa R.M passou do anonimato da cozinha, onde domina, como ninguém, a esfregona, para o estrelato social.
Quem não está a gostar desta exposição mediática é o Tone.O rapaz é recatado e não aprecia os novos tiques da R.M.
Eu próprio estou ao lado do Tone. Afinal,se a R.M.se der a vaidades, receio bem pelas anunciadas perdizes...
Como repararam procurei já retirar visibilidade a essa surfista de águas doces. Será que iludi o Tone?
Bjos.

Anónimo disse...

A R.M. surfa como ninguém, e o Tone vai ter que aguentar o seu sucesso. Afinal por trás de uma grande mulher não está sempre um grande homem? Beijinhos.

filipa disse...

Queridas Minis,
Após tão fantásticas fotos, não me ocorre mais nada que um "bem haja"!!!
Continuem a divertir-se por nós todos que trememos o dente de frio!
Beijos

Anónimo disse...

que delicia o poster do Smith (Bruno) em plena Lagoa da Conceição. Confirmo que é ele na foto... modelito da ArtPuff.
Ainda nao foram à Lagoinha do Leste nem ao Warung, tao a vacilar!
E Confraria das Artes?

 

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