sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Viagem interminável

Pensamos que esta última viagem não iria ter fim. O autocarro ia completamente cheio, pelo que tivemos que ir em pé. Conversas paralelas, sacos e mochilas, curvas e contracurvas, pessoas de todo o tipo e até mesmo portugueses. Do lado de fora, a chuva teimava em não cessar, assim como o tempo que não parava de passar. Eram já nove hora da noite quando finalmente chegamos a casa. Que viagem por um mundo que há muito tempo desconhecíamos! Já não andavamos de autocarro nestas condições faz muito tempo. Desabituadas, tudo aquilo nos pareceu novo outra vez. Aquela sensação de sofoco, claustrofobia, o cheiro a gente...os autocarros são muitas vezes o retrato do próprio país. É lá que se conhece verdadeiramente o povo que nele habita.

Regressávamos do Floripa Shopping após uma jornada intensiva de compras e cabeleireiro. "Vida de Burguesinhas" - dizem eles por aqui. Fomos lá parar devido ao tempo que se fazia sentir e ao facto de Neptuno não ajudar em termos de ondas. O vento sul chegara novamente e soprando muito forte. A ondulação estava pequena e o mar agitado. No entanto, foi bom um dia de descanso, pois os dias anteriores tinham sido bem preenchidos.

Quarta-feira o verão tinha chegado. Dirigimo-nos para a praia da Joaquina. Era a primeira vez que lá íamos e ficamos estupefactas com a beleza natural desta. Um areal imenso que parecia não ter mais fim de um lado, e do outro, grandes penedos e uma casa incrível sobre o mar. As ondas estavam muito boas, contudo, estavam também concorridas. Já na areia, a concorrência era outra. Pessoas muito estranhas habitavam a praia naquele dia. Não conseguimos perceber este fenómeno até que nos explicaram: "para surfar - praia da Joaquina, para fazer praia - praia Mole". Estava explicado. O calor era imenso e o protector foi usado mais do que nunca. A água estava contrariamente ao normal, gelada.

Estava tudo perfeito. Almoçamos divinalmente no bar da praia, tratadas como umas rainhas. Foi nessa altura que comentamos uma com a outra: "A vida é muito difícil para nós..". Realmente não nos podíamos queixar. Estavamos do outro lado do planeta, sentadas numa praia deslumbrante, a beber um suco e a comer um hamburger, debaixo de um sol abrasador e a olhar o mar. Somos umas previligiadas. Mas, convém lembrar que nem tudo é fácil e trabalhamos todo o verão para aqui estar.

Posto isto, decidimos ir até as pedras para tirarmos as típicas fotografias. Fomos ajudadas pelos salva-vidas que em vez de estarem na areia atentos ao que se passa no mar, estavam na conversa com "as portuguesinhas mais bonitas da ilha", isto claro está, segundo eles. Muita conversa e estavamos de novo no areal.

Porém, estava tudo a correr bem de mais. Foi tempo de pensarmos nisso para se levantar um vento vindo do além, que de imediato trouxe as nuvens. Teimosas resolvemos insistir e esperar que essas passassem. Enfim, sem sucesso e com muito areia no corpo resolvemos rumar a casa. Um banho quente e um jantar fizeram as delícias da pré-noite. Em seguida, fomos jogar novamente bilhar com o junior e, desta vez, com o Saulo também. Finalmente, um adversário à altura. Convém mencionar que foi feito um jogo Portugal vs Brasil, e...achamos melhor não revelar o resultado. Todavia, a experiência no bilhar não coincidiu com a experiência da vida e o Saulo caíu no famoso "giz que cheira a banana". As gargalhadas só pararam em casa, já quase adormecidas.

O dia seguinte começou com um telefonema do Saulo, que reagiu bem a nariz azul, a convidar-nos para conhecermos a praia do Moçambique. Lá fomos por entre estradas de terra, buracos e muita água. Uma verdadeira peripécia. Quando lá chegamos, o cenário era lindo. A praia parecia virgem e completamente alheia ao mundo humano. Não havia qualquer sinal da presença do Homem por lá. Nem bares, nem cimento, nem pessoas na areia. Nada, só a natureza no seu estado bruto. Dentro de água, dava-nos a sensação de estarmos no paraíso. Só avistavamos praia sem fim e muitas arvóres. Não tiramos fotografias pois as ondas estavam também muito boas e apressamo-nos a entrar, sem pensar em mais nada. Estava tão bom que regressamos no final do dia para uma nova surfada.

Apesar de cansadas, a noite prometia. John Bull era o lugar. Um bar grande e muito bem decorado, todo em madeira e forrado a posters das grandes estrelas do Rock. No palco actuavam também uma banda de imitação de estrelas. Foi um voltar ao passado, ouvindo os grandes sons de rock dos anos 70,80 e 90. Muito bom. Tudo muito alegre, a dançar e a cantar. Foi por volta das 4h que deixamos esse tal de John Bull e viemos dormir. Claro está que sem forças para vos escrever, e para acordar cedo no dia seguinte. Dáí o shopping ter sido um bom remédio.

Muito cansadas, devido a esta troca repentina de horários, despedimo-nos com muitos beijinhos.

P.S - Pedimos ás pessoas que deixam comentários em anónimo, que assinem pois nem sempre conseguimos perceber quem os escreve.

10 comentários:

Unknown disse...

:)
"giz que cheira a banana"!!!
KKKKKKKK
Só vocês mesmo hem!!!
Muito bom o resultado das fotos com o ajuste de cor hem!! rsssss
beijos

Anónimo disse...

Gostava de saber para que q éQue fotografias sao essas hem??

Anónimo disse...

As descrições hoje já estão mais completas !O bar é animadíssimo Eu já lá estive!Cuidado com a desbunda !


bjs tuts e zeca

Anónimo disse...

Sentí um certo mau humor no início... Esse é o Brasil, um país de contrastes... bjo e continuo a assistir a novela

Bjo,

Felipe

Anónimo disse...

meninas que vidão ein?eu nem sei o que vos dizer mas gosto de ir lendo as vossas aventurinhas, coisas que realmente só mesmo vocês!
bjoo grande
chica ( a vossa amiga def)(assim podem me destinguir das outras chicas que por ai andam)

benedita disse...

como é que é minhas minis?

Estou a ver q a cada dia q passa fazem novos amigos e estao cada vez mais nativas de floripa. Já se nota o moreno e as vossas fotografias na praia fazem inveja a qq um...

Tens razao micas um povo conhece se pelas viagens de autocarro, concordo totalmente...quando chegares vamos dar uma volta de 500 para conhecer o nosso.??

Como estao fartinhas de saber estou cheiiiinha de saudades vossas. um beijo da sibéria

filipa disse...

UAU! "...a chuva teimava em não cessar, assim como o tempo que não parava de passar."
Que nível! Muito bom!!
Agora vou ler o resto...

filipa disse...

De facto enquanto vocês trabalhavam que nem umas formigas, andava eu em vida de cigarra a torrar tostões...
Agora olha... estou eu de formiga e vocês aí de papo pro ar!
E bem merecido!
Beijos
F.
PS-Mto dinheirinho deixei eu no Alma...ahahahah

Surf Porto.Blogspot disse...

é isso Mary o pessoal do Porto já tem saudades tuas.. Continua a evoluir para quando chegares cá ninguem te parar ! beijo grande.
Ricadinho Alves

Anónimo disse...

Não ligues aquilo do " tiago brasuca" bj Ricardinho Alves

 

Free Blog Counter