Faz hoje exactamente uma semana que aqui estamos, mas para nós pareceu-nos um mês. Com certeza que a vossa noção de uma semana não será a mesma que a nossa. É a chamada Teoria da Relatividade.Teorias à parte, passamos a explicar: já conhecemos tudo isto como a palma das nossas mãos. Desde as variadas linhas de autocarro e suas hipóteses de cruzamento, as muitas trilhas para a praia, aos vendedores de rua que já nos chamam pelo nome, e aos das lojas que até cumprimentamos de beijinho. As portugas...ou as argentinas. Sim, confundem-nos constantemente com argentinas e falam connosco em espanhol. Só hoje, foram cerca de seis pessoas que vieram abordar-nos com um "olá txicas", "que tal muxaxas?"ou mesmo um "que guapas". Sei lá o que devemos ter, que os leva a pensar que somos turistas. Ás vezes bem que tentamos disfarçar, fazendo um ar descontraído e super natural, mas não adianta - topam-nos a léguas.
O dia de ontem foi inteiramente dedicado ao surf. Acordamos bem cedo com o intuito de aproveitar o dia. O tempo incerto bem que nos tentou desmotivar, mas sem sucesso.Seguimos para a praia da galheta, finalmente, com as duas pranchas novas! Era a primeira vez que iríamos surfar com elas. O mar no entanto, não ajudou muito e pregou-nosuma partida. O tamanho e o vento sul que se fazia sentir, deixaram as águas da Galheta bem mexidas. Aventuramo-nos e entramos mar a dentro. A Teresinha contoucom a ajuda preciosa do Juninho, que foi muito querido, em ajudá-la nos primeiros passos. E saíu-se muito bem conseguindo mesmo aguentar algum tempo em pé. Claro que também deu uns valentes mergunhos, mas nada de grave. Já eu, bem que tentei explorar ao máximo as ondas quase inexistentes, visto que a sulada a deixava bem moles e sem força.No entanto, deu para sentir a prancha e perceber que tem potencial. Após a surfada e com muita fome, almoçamos os três num "só peso" muito bom e barato. Tinha uns pastéis à Portuguesa que eram de comer e chorar por mais. Por cá, existem pastéis de tudo e comem-se também por tudo e por nada. É de camarão, queijo, calabresa, frango com catupiry, carne, etc. Uma verdadeira perdição.Da parte da tarde, fomos novamente surfar, mas desta vez só eu. A Teresinha vestiu a pele de camaragirl e ficou a filmar. Fomos para uma praia diferente, a praia da Barra da Lagoa. Lá, o vento sul entra leste o que faz com que o mar esteja liso e perfetinho. Apesar de estar muito pequeno, mas deu para me divertir um bom bocado.Em seguida, lanchamos pelos cafés super concorridos da Lagoa e viemos para casa descansar, pois estávamos completamente esgotadas.O descanso porlongou-se e engatamos até à manhã seguinte.
Tomamos a decisão de adiar a ida ao WCT para domingo ou segunda e regressamos ao nosso habitual almoçona Lagoa. Depois do almoço foi altura de pergarmos nas pranchas e rumar à praia. Já sentadas na entrada do autocarro, foi-nos dito pelo motorista que não poderíamos entrar sem capa na prancha."E agora?". O sol continuava a brilhar e já se sentia o calor. Já fartas dos contratempos de pranchas, ônibus e capas, fomos de imediato à procura de uma protecção para as mesmas.Passado algum tempo, descobrimos as ideais e apressamo-nos a apanhar novamente o autocarro para a praia.