Finalmente, primeiro dia de praia!

Se até agora nos faltava espaço para descrever a quantidade de aventuras e novidades que connosco se passavam, estes dois dias foram bastantes mais calmos. Já nos sentimos completamente à vontade por aqui.

O dia de ontem começou,para não variar, bem cedo e com a companhia de um sol radiante, desta vez sem vento. Uma alegria imensa invadiu-nos e foi de imediato que nos veio ao pensamento que este poderia ser, finalmente, o primeiro dia de praia. Dia de praia mesmo. Com sol, calor, toalhas na areia, banhos no mar.

Saímos directas à padaria para tomar um café da manhã reforçado, que só os de cá sabem fazer. Em seguida fomos à única loja de surf da lagoa da conceição que ainda não tínhamos entrado, com o fim de ver uma prancha para a Teresinha. Tal como em todas as outras lojas, somos sempre muito bem recebidas. Nisso, digam o que disserem, os brasileiros são muito mais atenciosos que nós. Na simpatia, na alegria, na forma como sorriem. 5 minutos e já nos perguntam o nome, e nos tratam de uma forma que nos faz sentir muito bem. Temos vontade de ficar ali. Se esse é o objectivo, garatimos que resulta.

A loja era enorme e havia de tudo. Exprimentamos uma Indo board. Claro que a maior parte de voçês não sabe o que isso é, mas por cá usa-se muito. É uma simples tábua em cima de um pequeno cilindro onde nos deveremos equilibrar em pé. Muito parecido com o equilíbrio numa prancha de surf e num skate. Parece fácil mas não é. Requer alguma concentração e claro, várias tentativas. Ao fim de algum tempo já notamos progressos e ficamos mesmo com vontade de a levar para casa, simples mas viciante.
Depois de algum tempo na loja, conseguímos sair daquele mundo de tentações mas, mais uma vez, sem a prancha para a Teresinha. Estava difícil, mas não iríamos desistir.

O calor apertava e sem mais demoras seguímos para a praia. Qual não foi o nosso espanto quando lá chegamos e nos deparamos com um dia de verão. Muita gente na praia, e uma multidão no mar. As ondas estavam muito boas, para grande tristeza minha, pois a minha prancha ainda continuava a arranjar. Ainda não era desta...

Ficamos à aproveitar o sol e até tomamos banho no mar (até, porque a água não estava assim tão quente). Almoçamos no bar e regressamos à toalha.

No entanto, estava quase na hora da aula de viola. Entusiamada, não me queria atrasar. Tomamos o caminho de volta mas desta vez a pé. Resolvemos exercitar as pernas e poupar dinheiro e fizemo-nos à estrada. Não tinhamos era a noção que era tão longe. Percorremos à volta de 3kms entre subidas, descidas e rectas intermináveis. O que nos animava era a musica que tocava por nossa causa. Buzinas e mais buzinas, cantorias e assobios. Podemos afirmar, e acreditem, com modéstia, que nunca tal nos tínha acontecido. Indiscritível.

Já em casa, a aula de viola decorreu de uma forma muito estranha. Entre insultos, risos e a famosa frase que o professor dizia vezes sem fim: "E eu é que sou burro?". As dificuldades que senti eram imensas, mas penso que em parte se devia ás musicas escolhidas por ele. Ensivava-me partindo do princípio que eu já sabia tudo. Lógico que fiquei muito irritada e claro...deu no que deu. Ficamos amigos mas tenho dúvidas de que haverão mais aulas, pelo menos com o professor Douglas.

Depois da aula e muito cansadas, jantamos e adormecemos como se não houvesse amanhã.
Mas havia, e que dia...

A chuva teimava em não parar e a trovoada ecoava no nosso pequeno apartamento. Deixamo-nos dormir até mais tarde, pois o dia assim o pedia.

Contudo, por volta das 11h resolvemos que não podíamos, nem queríamos ficar enclausuradas em casa.
Precisavamos urgentemente de uma casa de câmbio. O preço que fazem na lagoa é surreal. Daí que fomos em busca de uma mais em conta. Floripa Shopping foi o nos indicaram. Três ônibus depois lá estavamos nós, para ouvir uma resposta semelhante ao surrealismo da lagoa. Sem sabermos muito bem o que fazer, optamos por aguardar por uma taxa mais justa e almoçar dignamente nos restaurantes que lá havia.

Já à ida embora, resolvemos por mero acaso entrar em mais uma loja de surf, mas desta vez com sucesso. Lá estava ela. Cor-de-rosa e perfeita para a iniciação. Desde que a viu, a Teresinha sabia que sería aquela. Depois de negociações e de ficarmos amigas do rapaz da loja, chegamos a um preço justo e trouxemos a prancha num autocarro próprio para surfistas. Estes, têm uns suportes na parte de trás, que permite que as pranchas tenham o seu espaço sem incomodar os outros e sem se estragarem. Para nós foi uma novidade e claro está que estavamos ansiosas por lhe dar uso.

De volta à Lagoa, ficamos pelos os cafés locais, a lanchar e a ler enquanto o dia invernoso decorria. Uma passagem pelo supermercado e estávamos de novo em casa. Foi o tempo de tomar um banho rápido e jantar e já o Junior estava à porta para a tão esperada partida de sinuca. Claro está que se arrependeu de nos ter desafiado, ganhou somente um jogo!

Vamos agora dormir, que amanhã vamos surfar muito cedo.

Um beijinho para todos

P.S- Já podem comentar à vontade sem ser preciso fazer registo!